Olá queridos!! Como estão se sentindo hoje?
Alguns dias atrás, contei a história do Bruno (http://batepapocompensamentos.blogspot.com.br/2016/06/entendendo-de-uma-vez-por-todas-o-que-e_48.html), estão lembrados? Através dela, falei um pouco dos sintomas da depressão, e hoje, vou falar sobre como o psicólogo pode ajudar.
Um dos sintomas que tentei dar bastante destaque, foi o de que a depressão é uma doença, e se a depressão é uma doença, o melhor é que se busque ajuda com profissionais da área da saúde. Aliás, é a primeira coisa que recomendo! Podemos buscar um médico de confiança, um psiquiatra, um psicólogo; mas SEMPRE um profissional da área da saúde! Eu, como sou psicóloga, falarei como é o tratamento na área da psicologia, área que conheço e domino.
No tipo de terapia que eu trabalho, a cognitivo-comportamental, ensinamos que nossos pensamentos influenciam diretamente em nossos sentimentos e também em nossos comportamentos. Se voltarmos na nossa história, podemos ver alguns pensamentos que causavam no Bruno vários sentimentos ruins, vamos lembrar?
1)
Logo no início, o Bruno pensava não ter motivos
para estar triste, pois tinha tudo; e por isso sentia culpa e raiva de si
mesmo;
2)
Bruno pensava que seu esforço não valia a pena,
este pensamento lhe gerava tristeza, desmotivação;
3)
Quando tudo começou a dar errado (por sua falta
de motivação – algo que não enxergava), Bruno passou a acreditar que algo
estava conspirando contra ele, e sentia medo, ansiedade, tristeza;
4)
Por último, um pensamento “oculto”, mas de
extrema importância: Bruno pensava que pessoas sociáveis e engraçadas não eram
tão bem-sucedidas quanto as inteligentes – então, ele precisava ser inteligente
para ser bem-sucedido.
A terapia cognitivo-comportamental
ajudaria o Bruno a lidar com esses pensamentos buscando evidências para cada um
deles; está claro que o Bruno estava tão “afundado” em sentimentos e
pensamentos negativos, que não conseguia ver certas evidências de que sua mente
estava “lhe pregando peças e alterando alguns de seus pensamentos”. Vejamos,
por exemplo, no 2º pensamento, quando Bruno não consegue notar que seu esforço
valeu a pena – Bruno foi o 1º da sala por algum tempo e sua motivação e empenho
lhe garantiram uma vaga em uma multinacional; porém, seu foco, seu objetivo era
ser considerado inteligente, prodígio; pois "lá no fundo", ele acreditava que pessoas inteligentes eram mais
bem-sucedidas que as sociáveis e engraçadas.
Através de técnicas específicas,
a terapia cognitivo-comportamental ajuda as pessoas a enxergar as crenças que estão gerando todos estes sentimentos negativos; não é somente dizer à
pessoa que ela precisa “pensar positivo ou ver o lado bom das coisas”, é
ensiná-la a refletir em cima de pensamentos, de forma racional, lógica, simples
e prática, e acreditem, isso alivia e MUITO os sentimentos negativos! Por exemplo:
através da técnica de pesquisa de evidências, Bruno procurou por traços de personalidade
das pessoas mais bem-sucedidas da atualidade, e em todas encontrou dedicação,
esforço, honestidade, perseverança, entre outras, mas, em nenhuma delas
encontrou a inteligência, ou um QI acima da média, e sim a vontade de aprender
coisas novas; e isso ele tinha de sobra! Essa e outras técnicas foram ajudando
Bruno a se levantar e a ver outras evidências em muitos de seus pensamentos.
Outra
coisa que foi recomendada ao Bruno, foi que voltasse a praticar atividades
físicas assim que possível (no caso dele, a academia). No primeiro texto,
comentei que na depressão há uma queda de algumas substâncias, certo? Hoje, já
existem estudos que comprovam que na atividade física há um aumento dessas
mesmas substancias, ajudando a pessoa a regularizar os níveis das mesmas mais
rápido, isso não é fantástico?!
E você,
psiu! Você mesmo (mesma) que está falando ou pensando: ah!
Mas eu odeeeeio
academia, não suporto!! Atividade física não é só academia! Existem várias opções, como fazer uma
caminhada, corrida, dançar, jogar bola, lutas, enfim, existe uma infinidade de
atividades que se pode fazer (algumas até em casa), que ajudam, não só no combate e melhora da
depressão (e ansiedade também, mas isso é assunto de outro post), mas também irão
melhorar sua autoestima! É de se pensar, né?
(Importante lembrar que atividades físicas e a psicoterapia se complementam! Atividades físicas não substituem a psicoterapia).
(Importante lembrar que atividades físicas e a psicoterapia se complementam! Atividades físicas não substituem a psicoterapia).
Então é
isso pessoal! Esta é a contribuição que nós, psicólogos podemos dar para as pessoas
que sofrem de depressão! Para finalizar, deixo alguns pedidos: O primeiro deles
é direcionado a você, que está lendo este texto e que se identificou com os
sintomas do Bruno; não sinta medo de buscar ajuda, este é o primeiro grande
passo para sair dessa! O segundo é para você, que conhece alguém que se sente
assim; cuide com as palavras, esteja perto (mas não grudado, dar espaço é
importante), e recomende que a pessoa busque ajuda. E o terceiro é para você
que já está em tratamento, e é também muito importante! Não se de alta da
psicoterapia, se você já se sente bem, converse com o seu psicólogo sobre isto
e decidam juntos, mas não se de alta; a psicoterapia é um processo e a alta
fora do tempo pode por todo o tratamento “por água abaixo”, e digo o mesmo para
quem toma remédio; ouço muitas pessoas falarem que já estão se sentindo bem e
que pararam de tomar o remédio “por conta”; não façam isso! Remédio é coisa
séria, consulte seu médico antes de tomar qualquer decisão, não consulte o “google ou páginas
e grupos do facebook” antes de parar ou aumentar a dose; pessoas são
diferentes, organismos diferentes, e, por isso, tomam remédios e doses
diferentes, ok? Saúde é coisa séria moçada!!!
Espero que gostem e, principalmente, que ajude e se sintam de alguma forma acolhidos!!! Estou à disposição para qualquer dúvida!
Beijos e abraços,
CRP:08/14965
“O pensamento é o ensaio da ação (Sigmund Freud)”