Oi pessoal, tudo certinho?
Hoje vamos conversar um pouquinho sobre o tratamento da
ansiedade.
Ah, vocês acompanharam as dicas que passei sobre como
lidar com a ansiedade? Postei aqui no meu canal do youtube, e elas podem ser um bom começo para te ajudar! Corre lá
pra ver!
Voltando então! Antes de começar, quero “abrir um parêntese”!É bem importante lembrar que quando falamos de depressão, ansiedade, e outros
problemas ligados às nossas emoções, alguns casos precisam também do
acompanhamento do psiquiatra; e, assim como “psicólogo não é para doidos”, o
psiquiatra também não é! Geralmente, quem diz que você precisa (ou não) do
psiquiatra é o psicólogo, ok?! (fecha parêntese) =)
Como sou psicóloga, falarei como é o tratamento na
psicologia, que é a área que conheço e domino, e como já fiz anteriormente (com
a história do Bruno, na depressão), usarei a história da Jéssica¹.
Eu trabalho com um tipo de terapia chamada cognitivo-comportamental,
que quer dizer que os nossos pensamentos influenciam nossos sentimentos, nossas ações e também o que acontece com o nosso corpo(reações físicas). Com a Jéssica,
por exemplo, podemos notar as seguintes ideias (ou pensamentos):
- É melhor eu ficar preparada, pois a qualquer momento meu
chefe, que é muito bravo, duro e frio, vai aparecer aqui e vai me dar uma
bronca!
Este pensamento distorcido fazia com que Jéssica ficasse o
tempo todo atenta ao ambiente, e não à máquina que estava operando; aumentando
o risco de acidentes.
Quando estamos com medo, nosso corpo automaticamente nos
prepara para uma situação de fuga, e contrai a musculatura. São reflexos
involuntários, mas que podem ser controlados pela mudança do pensamento, que acontece com a busca por evidencias de
que este pensamento não é real. Por exemplo: Apesar dos acidentes ocorridos,
Jéssica não foi repreendida pelo chefe, que foi compreensivo. Na TCC ou terapia
cognitivo comportamental, o psicoterapeuta faz com que o cliente enxergue este
tipo de evidencia, e muitas outras que estão gerando ansiedade.
Outra crença que (ainda) está bem enraizada em nossa
sociedade é a de os cuidados com os filhos e com a casa são obrigações das
mulheres, que acabam tendo jornadas duplas e se sobrecarregam. O ideal,
independente de a mulher trabalhar em casa ou fora, é que as tarefas sejam
divididas entre todas as pessoas que moram na casa, inclusive as crianças (de
acordo com a sua faixa etária). Em terapia, Jéssica aprendeu a importância de
delegar tarefas, ensinou tarefas básicas aos filhos e recompensava com tempo de
qualidade, cada vez que elas eram feitas². É importante que os maridos
sejam companheiros e que as tarefas sejam divididas igualmente, visto ambos
usufruem da casa.
Ver o marido colaborativo, deixou também Jéssica mais aliviada
com relação ao pensamento: se algo me acontecer, quem cuidará das crianças e da
casa? Finalmente ela pôde ver que tinha com quem contar.
À noite, Jéssica costumava ter crises de insônia e taquicardia,
lembram? É bem importante lembrar que taquicardia
nem sempre é sintoma de ansiedade. Antes de chegar a esta conclusão, é
preciso descartar qualquer hipótese física (doenças do coração, por exemplo). Por isso é importante que haja uma
equipe (médicos e psicólogos) trabalhando junto ao cliente. Para que não
restasse dúvidas, a psicoterapeuta de Jéssica recomendou que ela fizesse uma
visita ao cardiologista, até mesmo porque é recomendado que façamos um
acompanhamento de nossa saúde, e exames frequentes (varia de acordo com cada médico).
Saber que não tinha sérios problemas de saúde, causou em
Jéssica um grande alívio, e também uma grande dúvida: afinal, o que estava
fazendo o coração disparar?
Na TCC usamos diversas técnicas para ajudar o cliente as
causas dos seus sentimentos. Já sabemos que os nossos pensamentos e sentimentos
causam reações físicas, e a partir daí, Jéssica começou a prestar mais atenção
nas ideias e pensamentos que tinha durante a noite, começou a fazer um diário e
notou que várias dessas ideias “já não faziam mais sentido”; ela não precisava
mais se preocupar com doenças sérias, pois seus exames estavam ótimos, também
não precisava se preocupar com a casa e as crianças, pois agora podia contar
com o marido. Haviam ainda outros pensamentos, claro, mas em terapia, eles
começaram a ser debatidos e Jéssica foi ficando mais tranquila.
Também é SEMPRE recomendada a prática de atividades físicas.
Além de ajudar na qualidade do sono, atividades físicas estimulam o corpo a
produzir certas substâncias que são responsáveis pela sensação de prazer e de
bem-estar (assim como no caso da depressão), sem contar que também são
benéficas para a nossa saúde física!
Por hoje é isso, pessoal! Espero ter ajudado vocês, caso
tenham alguma dúvida, por favor, deixem um recadinho aqui, inbox na fanpage ou
ainda por email! Terei o maior prazer em ajuda-los!
Até o próximo texto, beijos!
Júlia B. Benedini - Psicóloga (CRP: 08/14965)
Personagem fictício, afim de ilustrar os sintomas da
ansiedade e deixar o texto mais leve e descontraído¹
O ideal é sempre recompensar com elogio pelo esforço e com
algo que eles gostem de fazer, mas não façam com tanta frequência, como fazer
um picnic em família, por exemplo! Em outra oportunidade, discutirei mais sobre
o assunto.²
"O pensamento é o ensaio da ação(Sigmund Freud)"