domingo, 30 de outubro de 2016

Tudo que VOCÊ precisa saber sobre o TRATAMENTO da ANSIEDADE!


Oi pessoal, tudo certinho?

    Hoje vamos conversar um pouquinho sobre o tratamento da ansiedade.


    Ah, vocês acompanharam as dicas que passei sobre como lidar com a ansiedade? Postei aqui no meu canal do youtube, e elas podem ser um bom começo para te ajudar! Corre lá pra ver!

    Voltando então! Antes de começar, quero “abrir um parêntese”!É bem importante lembrar que quando falamos de depressão, ansiedade, e outros problemas ligados às nossas emoções, alguns casos precisam também do acompanhamento do psiquiatra; e, assim como “psicólogo não é para doidos”, o psiquiatra também não é! Geralmente, quem diz que você precisa (ou não) do psiquiatra é o psicólogo, ok?! (fecha parêntese) =)

    Como sou psicóloga, falarei como é o tratamento na psicologia, que é a área que conheço e domino, e como já fiz anteriormente (com a história do Bruno, na depressão), usarei a história da Jéssica¹.

    Eu trabalho com um tipo de terapia chamada cognitivo-comportamental, que quer dizer que os nossos pensamentos influenciam nossos sentimentos, nossas ações e também o que acontece com o nosso corpo(reações físicas). Com a Jéssica, por exemplo, podemos notar as seguintes ideias (ou pensamentos):
- É melhor eu ficar preparada, pois a qualquer momento meu chefe, que é muito bravo, duro e frio, vai aparecer aqui e vai me dar uma bronca!
Este pensamento distorcido fazia com que Jéssica ficasse o tempo todo atenta ao ambiente, e não à máquina que estava operando; aumentando o risco de acidentes.


    Quando estamos com medo, nosso corpo automaticamente nos prepara para uma situação de fuga, e contrai a musculatura. São reflexos involuntários, mas que podem ser controlados pela mudança do pensamento, que acontece com a busca por evidencias de que este pensamento não é real. Por exemplo: Apesar dos acidentes ocorridos, Jéssica não foi repreendida pelo chefe, que foi compreensivo. Na TCC ou terapia cognitivo comportamental, o psicoterapeuta faz com que o cliente enxergue este tipo de evidencia, e muitas outras que estão gerando ansiedade.

    Outra crença que (ainda) está bem enraizada em nossa sociedade é a de os cuidados com os filhos e com a casa são obrigações das mulheres, que acabam tendo jornadas duplas e se sobrecarregam. O ideal, independente de a mulher trabalhar em casa ou fora, é que as tarefas sejam divididas entre todas as pessoas que moram na casa, inclusive as crianças (de acordo com a sua faixa etária). Em terapia, Jéssica aprendeu a importância de delegar tarefas, ensinou tarefas básicas aos filhos e recompensava com tempo de qualidade, cada vez que elas eram feitas². É importante que os maridos sejam companheiros e que as tarefas sejam divididas igualmente, visto ambos usufruem da casa.

    Ver o marido colaborativo, deixou também Jéssica mais aliviada com relação ao pensamento: se algo me acontecer, quem cuidará das crianças e da casa? Finalmente ela pôde ver que tinha com quem contar.
    À noite, Jéssica costumava ter crises de insônia e taquicardia, lembram? É bem importante lembrar que taquicardia nem sempre é sintoma de ansiedade. Antes de chegar a esta conclusão, é preciso descartar qualquer hipótese física (doenças do coração, por exemplo). Por isso é importante que haja uma equipe (médicos e psicólogos) trabalhando junto ao cliente. Para que não restasse dúvidas, a psicoterapeuta de Jéssica recomendou que ela fizesse uma visita ao cardiologista, até mesmo porque é recomendado que façamos um acompanhamento de nossa saúde, e exames frequentes (varia de acordo com cada médico).
    Saber que não tinha sérios problemas de saúde, causou em Jéssica um grande alívio, e também uma grande dúvida: afinal, o que estava fazendo o coração disparar?


    Na TCC usamos diversas técnicas para ajudar o cliente as causas dos seus sentimentos. Já sabemos que os nossos pensamentos e sentimentos causam reações físicas, e a partir daí, Jéssica começou a prestar mais atenção nas ideias e pensamentos que tinha durante a noite, começou a fazer um diário e notou que várias dessas ideias “já não faziam mais sentido”; ela não precisava mais se preocupar com doenças sérias, pois seus exames estavam ótimos, também não precisava se preocupar com a casa e as crianças, pois agora podia contar com o marido. Haviam ainda outros pensamentos, claro, mas em terapia, eles começaram a ser debatidos e Jéssica foi ficando mais tranquila.

    Também é SEMPRE recomendada a prática de atividades físicas. Além de ajudar na qualidade do sono, atividades físicas estimulam o corpo a produzir certas substâncias que são responsáveis pela sensação de prazer e de bem-estar (assim como no caso da depressão), sem contar que também são benéficas para a nossa saúde física!

    Por hoje é isso, pessoal! Espero ter ajudado vocês, caso tenham alguma dúvida, por favor, deixem um recadinho aqui, inbox na fanpage ou ainda por email! Terei o maior prazer em ajuda-los!

    Até o próximo texto, beijos!
                                                 
                                       
                                                  Júlia B. Benedini - Psicóloga (CRP: 08/14965)




 Personagem fictício, afim de ilustrar os sintomas da ansiedade e deixar o texto mais leve e descontraído¹

O ideal é sempre recompensar com elogio pelo esforço e com algo que eles gostem de fazer, mas não façam com tanta frequência, como fazer um picnic em família, por exemplo! Em outra oportunidade, discutirei mais sobre o assunto.²



"O pensamento é o ensaio da ação(Sigmund Freud)"