quarta-feira, 23 de novembro de 2016

ASSERTIVIDADE: ESTRATÉGIA para se dar BEM nos RELACIONAMENTOS!

    


Olá pessoal, como vocês estão?


    Nos vídeos das últimas semanas conversamos sobre duas maneiras bem opostas de agir com as pessoas com quem nos relacionamos, certo?
Falamos dos “bonzinhos” e também dos “sinceros”, e hoje vamos conversar mais sobre essas duas maneiras tão diferentes de se relacionar.

    Bonzinhos e sinceros, são estratégias de comunicação que se encontram em polos opostos, e são também chamados de passivos e agressivos.

    Os passivos, como comentei no nosso vídeo,(se você ainda não viu, basta clicar nesta frase), são pessoas que falham na comunicação das suas necessidades, preferências, emoções e opiniões; os passivos costumas passar por cima de seus próprios direitos e vontades, e acabam permitindo que
os outros façam o mesmo.
    A pessoa passiva é aquela que evita confrontos (a todo custo), e sofre, por estar constantemente preocupada com a opinião dos outros. Por não saber dizer não, assume muito mais do que é capaz de fazer, pois assim, não entrará em um possível conflito, contrariando ninguém.
 Geralmente (isso não é uma regra) são pessoas com autoestima e autoconfiança muito baixa, e que acabam aceitando “abusos”, sejam eles no âmbito profissional, social ou amoroso, por medo de perder os “benefícios” (emprego, namoro, amigos) que têm.


    Se de um lado, estão os passivos, que acabam “topando perder para não desagradar ninguém”, do outro lado estão os agressivos, que no vídeo, chamamos de sinceros (se você ainda não assistiu, clique o ícone em laranja), e que estão sempre ansiosos por ganhar, não se importam com os outros, pois para ele, o importante são seus desejos. O agressivo costuma usar frases do tipo “eu sou muito sincero; é difícil para os outros lidar com a minha sinceridade; eu não tenho papas na língua”.  Pessoas agressivas defendem os seus direitos, porém, violam o direito dos outros, machucam as pessoas com quem se relacionam e, na maioria das vezes, direcionam a culpa para as pessoas, dizendo que elas são muito sensíveis e precisam aprender a lidar com a verdade. É muito importante lembrar que  assertividade não deve ser confundida com agressividade e/ou com humilhação.

    Além desses dois, há o passivo-agressivo, e se me permitem uma opinião, é o mais perigoso (repito: MINHA PESSOAL); e vou explicar o porquê. Imagine que você foi tomar um copo d´água, abriu a torneirinha do filtro, e enquanto o copo enchia, foi ver algo na televisão ao lado. Fatalmente o copo encheu, transbordou, e você teve de lidar com a meleca toda de água para todos os lados.
Sabe aquela pessoa que é “boazinha”, aceita as coisas, mas, quando menos esperamos explode? Assim é o passivo-agressivo; é uma mescla do tipo passivo, que viola seus direitos afim de evitar conflitos, mas quando “se cansa”, explode com a intensidade do agressivo, na busca pelos seus direitos. E quando ela vai se cansar e explodir? Nem ela sabe, e é aí que mora o perigo, e é por isso que acredito que este seja o “mais perigoso”.


    Aí você deve estar lendo este texto e se perguntando: tá, ok! Mas e ai?! Não posso falar o que penso, e também não posso deixar de falar? É isso “produção”?
    Não, não é isso! A “solução” para essas formas de comunicação chama-se ASSERTIVIDADE; e ela se encontra como um ponto de intermédio entre esses três comportamentos, e é um comportamento de comunicação em que o sujeito não agride, não ofende nem desrespeita, mas também não se submete a vontade das outras pessoas, consegue expressar suas convicções e defender seus direitos. 

    Ser assertivo está muito ligado à autoestima, autoconfiança e ao desenvolvimento emocional de cada um, ou seja, trabalhando cada uma dessas áreas, o indivíduo aprenderá a se posicionar, a comunicar suas ideias e sentimentos ou ainda defender seus direitos sem a intenção de ofender e violar os direitos do outro.



    Ahh! E sabe aquela sensação de culpa, que os “bonzinhos” sentem por ser muito permissivos ou que os “sinceros” sentem quando machucam profundamente alguém que amam? Às vezes, ela vem, pois somos seres humanos e passíveis de erros, mas ela fica BEM menos frequente!

AMANHà vou postar um VÍDEO em meu canal com DICAS para SER MAIS ASSERTIVO!! ( e acho que isso todo mundo quer, né?!)

    Gostou do texto? Curta e compartilhe com seus amigos! Além de ser importante e ajudar o blog a crescer, este texto fica disponível para mais pessoas aprenderem com a gente!!


Abraços!!


Júlia B. Benedini - Psicóloga (CRP: 08/14965)
(batepapocompensamentos@gmail.com)




"O pensamento é o ensaio da ação (Sigmund Freud)"

domingo, 30 de outubro de 2016

Tudo que VOCÊ precisa saber sobre o TRATAMENTO da ANSIEDADE!


Oi pessoal, tudo certinho?

    Hoje vamos conversar um pouquinho sobre o tratamento da ansiedade.


    Ah, vocês acompanharam as dicas que passei sobre como lidar com a ansiedade? Postei aqui no meu canal do youtube, e elas podem ser um bom começo para te ajudar! Corre lá pra ver!

    Voltando então! Antes de começar, quero “abrir um parêntese”!É bem importante lembrar que quando falamos de depressão, ansiedade, e outros problemas ligados às nossas emoções, alguns casos precisam também do acompanhamento do psiquiatra; e, assim como “psicólogo não é para doidos”, o psiquiatra também não é! Geralmente, quem diz que você precisa (ou não) do psiquiatra é o psicólogo, ok?! (fecha parêntese) =)

    Como sou psicóloga, falarei como é o tratamento na psicologia, que é a área que conheço e domino, e como já fiz anteriormente (com a história do Bruno, na depressão), usarei a história da Jéssica¹.

    Eu trabalho com um tipo de terapia chamada cognitivo-comportamental, que quer dizer que os nossos pensamentos influenciam nossos sentimentos, nossas ações e também o que acontece com o nosso corpo(reações físicas). Com a Jéssica, por exemplo, podemos notar as seguintes ideias (ou pensamentos):
- É melhor eu ficar preparada, pois a qualquer momento meu chefe, que é muito bravo, duro e frio, vai aparecer aqui e vai me dar uma bronca!
Este pensamento distorcido fazia com que Jéssica ficasse o tempo todo atenta ao ambiente, e não à máquina que estava operando; aumentando o risco de acidentes.


    Quando estamos com medo, nosso corpo automaticamente nos prepara para uma situação de fuga, e contrai a musculatura. São reflexos involuntários, mas que podem ser controlados pela mudança do pensamento, que acontece com a busca por evidencias de que este pensamento não é real. Por exemplo: Apesar dos acidentes ocorridos, Jéssica não foi repreendida pelo chefe, que foi compreensivo. Na TCC ou terapia cognitivo comportamental, o psicoterapeuta faz com que o cliente enxergue este tipo de evidencia, e muitas outras que estão gerando ansiedade.

    Outra crença que (ainda) está bem enraizada em nossa sociedade é a de os cuidados com os filhos e com a casa são obrigações das mulheres, que acabam tendo jornadas duplas e se sobrecarregam. O ideal, independente de a mulher trabalhar em casa ou fora, é que as tarefas sejam divididas entre todas as pessoas que moram na casa, inclusive as crianças (de acordo com a sua faixa etária). Em terapia, Jéssica aprendeu a importância de delegar tarefas, ensinou tarefas básicas aos filhos e recompensava com tempo de qualidade, cada vez que elas eram feitas². É importante que os maridos sejam companheiros e que as tarefas sejam divididas igualmente, visto ambos usufruem da casa.

    Ver o marido colaborativo, deixou também Jéssica mais aliviada com relação ao pensamento: se algo me acontecer, quem cuidará das crianças e da casa? Finalmente ela pôde ver que tinha com quem contar.
    À noite, Jéssica costumava ter crises de insônia e taquicardia, lembram? É bem importante lembrar que taquicardia nem sempre é sintoma de ansiedade. Antes de chegar a esta conclusão, é preciso descartar qualquer hipótese física (doenças do coração, por exemplo). Por isso é importante que haja uma equipe (médicos e psicólogos) trabalhando junto ao cliente. Para que não restasse dúvidas, a psicoterapeuta de Jéssica recomendou que ela fizesse uma visita ao cardiologista, até mesmo porque é recomendado que façamos um acompanhamento de nossa saúde, e exames frequentes (varia de acordo com cada médico).
    Saber que não tinha sérios problemas de saúde, causou em Jéssica um grande alívio, e também uma grande dúvida: afinal, o que estava fazendo o coração disparar?


    Na TCC usamos diversas técnicas para ajudar o cliente as causas dos seus sentimentos. Já sabemos que os nossos pensamentos e sentimentos causam reações físicas, e a partir daí, Jéssica começou a prestar mais atenção nas ideias e pensamentos que tinha durante a noite, começou a fazer um diário e notou que várias dessas ideias “já não faziam mais sentido”; ela não precisava mais se preocupar com doenças sérias, pois seus exames estavam ótimos, também não precisava se preocupar com a casa e as crianças, pois agora podia contar com o marido. Haviam ainda outros pensamentos, claro, mas em terapia, eles começaram a ser debatidos e Jéssica foi ficando mais tranquila.

    Também é SEMPRE recomendada a prática de atividades físicas. Além de ajudar na qualidade do sono, atividades físicas estimulam o corpo a produzir certas substâncias que são responsáveis pela sensação de prazer e de bem-estar (assim como no caso da depressão), sem contar que também são benéficas para a nossa saúde física!

    Por hoje é isso, pessoal! Espero ter ajudado vocês, caso tenham alguma dúvida, por favor, deixem um recadinho aqui, inbox na fanpage ou ainda por email! Terei o maior prazer em ajuda-los!

    Até o próximo texto, beijos!
                                                 
                                       
                                                  Júlia B. Benedini - Psicóloga (CRP: 08/14965)




 Personagem fictício, afim de ilustrar os sintomas da ansiedade e deixar o texto mais leve e descontraído¹

O ideal é sempre recompensar com elogio pelo esforço e com algo que eles gostem de fazer, mas não façam com tanta frequência, como fazer um picnic em família, por exemplo! Em outra oportunidade, discutirei mais sobre o assunto.²



"O pensamento é o ensaio da ação(Sigmund Freud)"

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Ansioso, eu?

   


         Olá pessoal, tudo certinho?

    Depois de muitos pedidos e muito estudo, vamos falar sobre ela: a ansiedade!    

     Assim como eu fiz nos textos sobre a depressão, criei um personagem, e é através dele que será o nosso bate papo da vez.


    “Jéssica estava cansada! Insônia, insônia e mais insônia!  Sabe aquela tirinha do facebook, onde um cérebro conversa com a pessoa dizendo que ela tem coisas para fazer? Ahh, aquele era o cérebro da Jéssica, sem dúvidas!

    Mãe de família “em tempo integral”, Jéssica também trabalhava no setor de máquinas de uma fábrica. Era uma funcionária muito dedicada, mas desde que as “crises de insônia” começaram, seu desempenho no trabalho caiu e nos últimos meses, com a falta de atenção, acabou sofrendo pequenos acidentes de trabalho. 
   
   A todo momento, Jéssica sentia que algo de ruim ia acontecer, que ia se machucar ou que seria demitida, pois em sua cabeça, estava o tempo todo “dando bola fora”.
   
Jéssica nunca tinha sido repreendida pelo chefe, mas morria de medo de ser. Pensava que ele era uma pessoa dura e fria, e acabava ficando tensa com qualquer chance hipotética de isso acontecer. Não percebia, mas vigiava mais o ambiente do que a própria máquina que estava operando, pois queria “estar preparada quando o chefe aparecesse”, e algumas vezes até sentia o coração disparar ou começava a tremer.
  
   Todas essas ideias negativas geravam um desgaste físico imenso, e Jéssica chegava em casa cansada, com dores no corpo todo, e ainda tinha que cuidar dos filhos e auxiliá-los nos deveres de casa. Na maioria das vezes, acabava não tendo paciência para nada, brigava com as crianças e depois, sentia um enorme peso na consciência. Tinha também que fazer o jantar, para então, deitar na cama e fingir que estava dormindo, pois não queria, mais uma vez, falar não para as “investidas” do marido, e estava muito, muito cansada para ceder.

    À noite, muitas vezes, Jéssica costumava sentir coração disparar, e isso a deixava desesperada! Quando isso acontecia, ela tremia, suava e pensava: se algo acontecer, quem cuidará das crianças? E da casa? Será que tenho algum problema sério? Era angustiante, simplesmente angustiante e ela não sabia mais o que fazer, e sabia que seria uma longa noite! Jéssica estava no limite! ”
    Antes de mais nada, é importante deixar claro que a ansiedade é uma emoção/sentimento comum a todos nós, assim como a tristeza, a raiva o medo e a alegria. O grande problema acontece quando ela passa a interferir, a nos causar problemas, assim como causou para a Jéssica.


    Aí você me pergunta: a ansiedade então é normal? Como?  A ansiedade é normal e pode inclusive nos trazer benefícios, por exemplo, quando nos impulsiona a estudar ou trabalhar mais para conseguir aquela promoção ou vaga na faculdade/cargo público, ou  ainda quando nos ensina a lidar com nossas finanças e começamos a guardar dinheiro pois ansiamos aquela viagem, carro ou casa própria.

    Porém, “tudo que é demais, faz mal”, e essa frase também vale para a ansiedade.

    Como vimos na nossa estória, a ansiedade já estava interferindo de forma significativa e negativa para a Jéssica.

   No trabalho, o seu desempenho caiu, sofreu alguns acidentes, e por chegar em casa muito cansada e estressada, ela não conseguia dar a atenção que gostaria para os filhos e o marido. Sua qualidade de vida também mudou, visto que tinha muitas crises de insônia e consequentemente, vivia irritada, nervosa.

 
   As preocupações excessivas e de certa forma, irreais com o trabalho, deixavam Jéssica tensa, e sem perceber, ela trabalhava com a musculatura das costas, pescoço e ombros contraídos, e no fim do expediente, estava com muita dor no corpo

  A tensão muscular é um dos sintomas da ansiedade. Por não conseguir relaxar e “esquecer” essas preocupações, Jéssica ficava o tempo todo atenta (e tensa), “seguindo” os passos do chefe e esperando a bronca ou demissão.

    Com toda essa tensão, dá para ter uma ideia de como a Jéssica chegava em casa, não é? Cansada, esgotada, mas ainda tinha algumas coisas para fazer.
   
    Na cabeça de Jéssica, as tarefas da casa tinham que ser feitas por ela, pois o marido trabalhava por mais tempo fora e crianças eram crianças. Sem paciência, ainda ajudava os filhos, mas queria que eles terminassem os deverem no ritmo de um adulto, para que ela pudesse descansar, e acabava se irritando com as brincadeiras. A irritabilidade ou nervosismo também é um sintoma bem presente na ansiedade, pois, em muitos casos, a pessoa não descansa, tem a falsa sensação de ter o cérebro em alerta o tempo todo.

    Durante a noite, ao sentir seu coração disparando, Jéssica ficava insegura e com medo, por pensar que havia algo de errado com ela, e isso gerava também os tremores e a sudorese. Essas ideias deixavam Jéssica em estado de alerta, causando a insônia e abrindo espaço para outras ideias e pensamentos ligados ao trabalho, casa, filhos e marido. Era sempre nesse momento que Jéssica lembrava que tinha roupas para lavar e passar, faxina por fazer, se perguntava se tinha olhado a agenda das crianças e examinava periodicamente o celular, contando quantas horas iria dormir e pensando como seria difícil ficar acordada tendo dormido tão pouco.

   As preocupações excessivas, medos, taquicardia (coração batendo acelerado), sudorese (suor), tremores, insônia, e o constante estado de alerta são outros sintomas de quando a ansiedade está nos fazendo mal.

   É importante enfatizar que os sintomas da ansiedade costumam variar de pessoa para pessoa. O fator determinante é sempre verificar se a ansiedade está atrapalhando e interferindo no seu cotidiano, dia a dia, te impedindo de fazer coisas que você antes fazia tranquilamente ou ainda te afetando de forma significativa. 

    Neste texto, procurei citar alguns os sintomas mais comuns e que eu mais vi/vejo em minha experiência com como psicóloga.

    Fiquem à vontade para comentar, perguntar ou ainda me chamar inbox na fanpage facebook caso queiram conversar sobre os sintomas de vocês, terei o maior prazer em ajudá-los!

   No nosso próximo texto, vamos conversar sobre como podemos lidar com a ansiedade, e mostrarei como é possível reverter essa situação, que a princípio, parece sem saída! 

    Espero que tenham gostado, que tenha ajudado, e que tenham se sentido de alguma forma, acolhidos!

Júlia Balieiro Benedini - Psicóloga

CRP: 08/14965



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"O pensamento é o ensaio da ação ( Sigmund Freud)"

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Socorro, meu filho tem depressão!!


  “Criança tem que brincar, pular, dar risada e curtir a infância, que é uma só!"
    Mas e quando, por alguma razão, isso não acontece?


   Olá pessoal! Tudo certinho?
   Nosso bate papo de hoje é sobre a depressão em crianças!

   A depressão em crianças foi reconhecida há pouco tempo, desde 1975, e desde então, vem sendo assunto de muitas pesquisas!

   Em qualquer faixa etária, a depressão é um assunto delicado e pede cuidados, pois se não for tratada, interfere diretamente no dia a dia das pessoas e compromete a qualidade de vida. 
   
   Os sintomas da depressão são os mesmos para adultos e crianças, porém nos adultos é mais fácil ser diagnosticada pois eles, além de se queixarem, revelam por suas atitudes quando não se sentem bem. Por não saberem nomear suas próprias emoções, os pequenos dependem do adulto para isso e por essa razão, tendem a guardar o sofrimento e queixam-se de problemas físicos, pois é mais fácil explicar o concreto e orgânico (dor de barriga, dor de cabeça), do que algo de caráter emocional.

   Como podemos então ajudar as crianças?

  •  Ensine sobre os sentimentos. Ensine o que é a raiva, tristeza, alegria, medo, ansiedade, angustia, etc. Faça atividades interativas como pedir para a criança recortar imagens que representem cada sentimento, ou que ela descreva uma situação onde sentiu cada um deles.
  •  Preste atenção em sua criança e em seu padrão de comportamento, mudanças muito bruscas exigem um olhar mais cuidadoso! Por exemplo:

       -Se seu filho é uma criança que se alimenta bem, e começou a se alimentar mal;
       -Se tinha um sono tranquilo e passou a ter noites de insônia (ou vice e versa – se tinha insônia, sono agitado e passou a sentir muito sono e dormir por longas horas durante o dia e a noite);
      -Se é uma criança tranquila e você vem recebendo queixas recorrentes da escola, de agitação, queda no desempenho escolar;

  •  A criança depressiva geralmente é muito insegura. Tem medo de se separar de seus pais e/ou cuidadores e sente muito medo; quer sempre alguém por perto.
  •  Fique atento a falas (recorrentes) do tipo: “Ninguém gosta de mim, vocês vão me abandonar, eu vou ficar sozinho, eu não consigo, meus colegas vão rir de mim, etc” Este tipo de fala pode indicar baixa autoestima.
  •  Por não saber lidar com o que está acontecendo, muitas vezes a criança acaba irritando-se com facilidade, consigo mesma e com os outros.
  •  Preste atenção no choro: o choro da criança depressiva não é aquele choro “de quem quer continuar brincando”; geralmente, é um choro indicativo de angustia e do medo que está sentindo o tempo todo; também diferente do choro da manha/birra.


   Se seu filho vem apresentando mudanças e se as mesmas vem persistindo por um período de 4 semanas (ou mais), é interessante encaminha-lo para a avaliação de um profissional da área da saúde(psicólogo, psiquiatra infantil,
pediatra).

   É importante também ressaltar que a medicação, ás vezes, necessária para alguns casos de depressão infantil; principalmente quando já está avançada e tem componente genético. Porém, quando detectada precocemente (no início),  pode ser tratada somente com psicoterapia e orientação para os pais (que também são necessárias quando a criança está tomando medicação). 
   
   A terapia da criança é parecida com a do adulto; ensinamos a lidar com pensamentos e sentimentos negativos; educamos, ou seja, ensinamos sobre emoções e como elas são geradas pelos pensamentos, porém de uma forma lúdica, através da brincadeira, jogos, desenhos, que é a forma como a criança se comunica!

   Já viu o vídeo sobre este tema? Este é só um "gostinho"! 


    O restante você pode ver clicando aqui Depressão em crianças.
    
    Comentários, dúvidas, sugestões de temas são sempre muito bem vindos! Podem me mandar por email batepapocompensamentos@gmail.com, inbox na fanpage Bate papo com pensamentos (facebook), nos comentários, ou da forma como se sentirem mais confortáveis!

   E por hoje é isso.... Espero que tenham gostado, que tenha ajudado e que tenham se sentido de alguma forma, acolhidos!
   


Júlia Balieiro Benedini - Psicóloga
CRP: 08/14965




"O pensamento é o ensaio da ação (Sigmund Freud)"

terça-feira, 19 de julho de 2016

Como ajudar alguém com depressão

    Oi pessoal! Bom dia, boa tarde ou boa noite! Tudo bem com vocês?

    No nosso último texto e vídeo conversamos sobre 5 coisas que não devemos dizer para alguém com depressão, e eu comentei que, no próximo (ou seja, neste), falaria um pouco mais como ajudar; afinal, não basta só dizer “o que não dizer ou fazer”, certo?  

    Então vamos lá!

    1)      Dar apoio, suporte.

    Acredito que este, seja o mais importante da nossa “listinha”. Claro que temos que saber aquele meio termo entre o dar apoio/estar presente e dar espaço, bem como não apoiar todas ideias (pensamentos) da pessoa, para agrada-la (você pode dizer: Eu compreendo e vejo que isso está te fazendo mal, mas vejo de forma diferente- penso “assim assim e assim”). Ouvir, questionar, perguntar como se sente, porque está pensando “tal coisa” fazem qualquer pessoa sentir que tem alguém que se importa (e que não julga) e isso faz diferença!
    
     2)      Aprenda sobre a depressão.

    É também muito importante saber o que seu amigo ou familiar tem, para que você possa ajudá-lo e entender o que ele está passando. Conhecimento também é sinônimo de prevenção! Aprenda os sinais e sintomas, as causas, melhores tratamentos, para que seu amigo/familiar sinta se sinta seguro, confiante e disposto a seguir aquilo que você diz.

     3)      Seja paciente.
    
    Seja paciente, sempre! Quando você é paciente, você transmite calma e confiança ao seu amigo/familiar.
Lembre-se que muitas vezes as pessoas com depressão não precisam (e nem querem) ouvir nada, querem somente alguém que esteja por perto e dê um colo.
    
     4)      Tenha o SEU tempo (especial para pais, filhos e parceiros).

     Às vezes, estar com alguém com depressão pode levar ao pensamento de “estar caminhando em uma corda bamba”, sentimento de instabilidade; “O que dizer, o que não dizer, o que eu faço”?  Escutar muitos pensamentos e sentimentos negativos pode ser cansativo, por isso lembre-se de ter o seu tempo e que você também é um ser humano! Tire um tempo para cuidar de si, faça as coisas que gosta!
    
    5)      Recomente que busque ajuda

    Esta, embora não esteja entre as primeiras, eu também considero BEM importante! Já disse 1, 2, 3 vezes e falarei novamente: a depressão é uma doença; e por ser uma doença, devemos buscar ajuda com profissionais da área da SAÚDE! Depressão não é mito, não é frescura e  precisa de TRATAMENTO.

    6)      Preste atenção aos pensamentos
   
    Como disse no texto/vídeo anterior, o segredo está no pensamento! Na depressão, um dos sintomas são os pensamentos negativos, que causam sentimentos negativos; e é através de uma conversa que a pessoa com depressão pode expressar estes pensamentos. Alguns exemplos de pensamentos negativos são: meus amigos não gostam de mim, me sinto um lixo, não vou conseguir, etc. No papel de amigo/familiar, em uma conversa informal, você pode questionar as ideias, o porquê e se elas têm uma razão específica (no caso de “meus amigos não gostam de mim”, perguntar se algum amigo fez algo específico para que ele se sinta assim, por exemplo). 

    Nós, psicólogos (cognitivo comportamental*), utilizamos técnicas específicas para que o próprio cliente perceba quando o pensamento é distorcido, e consiga modifica-lo, e quando não é, encontre alternativas para que se sinta confortável com tal pensamento.

     Então por hoje é isso pessoal! 
   
     No nosso próximo texto/vídeo vamos conversar sobre um tema que é relativamente novo!
     
    O Instituto Nacional de Saúde mental nos EUA reconheceu a existência da depressão em crianças e adolescentes a partir de 1975. Sim, crianças também tem depressão, e este é o nosso próximo tema!

    Se você tiver perguntas, comentários sobre o tema depressão, deixe nos comentários, me chame inbox, na fanpage ou onde se sentirem mais confortáveis! Esta troca/feedback é muito importante para mim!

    Espero que tenham gostado, que tenha ajudado e que tenham se sentido, de alguma forma, acolhidos!


*Cognitivo-comportamental é uma abordagem, linha teórica da psicologia, é, resumidamente, a forma como vamos ajudar o paciente a se sentir melhor. Existem várias dentro da psicologia: psicanálise, sistêmica, junguiana, psicodrama, etc. 




Júlia Balieiro Benedini - Psicóloga
CRP: 08/14965




"O pensamento é o ensaio da ação (Sigmund Freud)"

segunda-feira, 11 de julho de 2016

5 coisas que não devemos dizer para alguém com depressão.

    

    Olá gente, bom dia, boa tarde ou boa noite! Tudo bem com vocês?

    Hoje eu tenho uma super novidade! Andei um pouco sumida e tenho uma justificativa cabível para isso! É que eu estava gravando um vídeo! Não sei se já comentei, mas não me dou muito bem com a tecnologia, não sei usar recursos ultramodernos, mas resolvi me aventurar e tentar aprender; o vídeo não ficou excelente, mas dei o meu melhor e, modéstia à parte, gostei muito do resultado, principalmente porque foi o meu primeiro! Sei que tem pessoas que preferem textos, já outras preferem vídeos, então, resolvi fazer os dois, para agradar a “gregos e troianos”! Quem quiser assistir ao vídeo, o link está logo abaixo; já quem prefere a leitura, segue o texto, e quem prefere os dois (tipo eu, risos), vamos juntos!
   
    Como eu disse nos outros textos, os dados da OMS (organização mundial de saúde) não são muito animadores quando o assunto é depressão. Hoje, existem milhares de pessoas ao redor do mundo com a doença, que é considerada uma das mais incapacitantes, e estima-se que, em 2020 já será a 2ª maior questão de saúde pública (fonte: http://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/noticias/depressao-sera-2a-maior-questao-de-saude-publica-em-2020), grave, não? E você, conhece alguém com depressão? Já teve depressão? Sabe a diferença entre uma tristeza profunda e a depressão? Há uma diferença bem grande entre as duas, e nos meus primeiros textos eu abordo este tema de uma forma bem dinâmica, você chegou a ler? (Coloquei o link no final deste texto).

    Hoje, o nosso bate papo é com as pessoas que convivem com as que tem depressão; e antes de mais nada, quero deixar claro que eu sei que vocês só querem ajudar, e que tudo o que dizem e fazem, é para o bem, tentando ajudar e melhorar a qualidade de vida deles; e é por este BEM, por este amor, que EU também quero ajudar vocês (e consequentemente, os seus queridos), ok?
    Selecionei algumas frases, que acredito que são as mais ouvidas pelas pessoas com depressão, e explicarei porque não devemos dize-las! Vamos lá?

1)  “Você só precisa ver as coisas pelo lado positivo! ”

    A depressão tem como sintoma os pensamentos negativos; é como se houvesse um filtro, e que, por conta disso, ela “não conseguisse” enxergar as coisas com lógica e coerência, e só visse o lado negativo mesmo. Ela sabe que
precisa ver o lado positivo, mas precisa ser ensinada!


2)  “Você tem tudo, não tem motivos para ficar triste/Há pessoas em situações muito piores, e que não estão mal"

    Lembram da estória do Bruno (personagem que criei nos primeiros textos) e de toda a culpa que ele sentia por “ter de tudo, e ainda assim, estar triste”? A depressão é uma doença que envolve muitos sentimentos negativos, e um deles é a culpa, pois a pessoa sabe que existem outras em situações piores, e reforçar isso pode piorar a situação.

3)  “Eu acho que isso é coisa da sua cabeça”

    É, se a gente raciocinar: pensamentos são gerados pelo cérebro, que fica na cabeça; é então é coisa da cabeça! Porém não é neste sentido que a frase é dita, né? Acredito eu, que quando a pessoa diz que “isso é coisa da sua cabeça”, ela quer dizer que “isso não é nada”. Menosprezar ou diminuir a dor a dor do outro não vai fazer com que ele se sinta melhor, afinal, a intensidade da dor, cabe a cada um de nós, não é mesmo?

4)  “Se você saísse dessa cama ou quarto, ficaria mais animado/Vamos fazer alguma coisa, aposto que você vai se animar, vai ficar melhor! ”

    Realmente não deixa de ser verdade! E não, eu não estou dizendo que depressão é falta do que fazer! Vou explicar: como falei anteriormente, a depressão tem como sintoma os pensamentos negativos, certo? Esses pensamentos geram sentimentos negativos, que, por consequência, geram comportamentos também negativos. Os pensamentos negativos, geralmente, “aparecem” exatamente naqueles momentos onde a pessoa está sozinha, reclusa. Não temos e nem devemos tirá-la a força de casa, do quarto, etc; mas sim ensiná-la a reconhecer os pensamentos negativos, e então, modifica-los! O Bruno, por exemplo, não enxergava as coisas boas que haviam acontecido em sua vida, tinha muitos pensamentos negativos, ficou desmotivado e ele, que era considerado por todos como sociável e engraçado, passou a ter como atividade favorita ficar no quarto, sozinho, assistindo algo no computador ou televisão, lembram?
    E é por isto que eu reforço: o segredo está no pensamento!

5)  “Você é muito sensível/esqueça isso/deixe de frescura.”

    Além de, também (novamente) gerar um sentimento de culpa na pessoa (você está se sentindo assim porque você é sensível), acaba por abafar o real motivo pelo qual a pessoa está com esse “turbilhão” de coisas acontecendo: a depressão é uma doença! Então, ela está se sentindo dessa forma não porque é sensível e “absorve” as coisas com mais intensidade, mas sim porque na depressão há um desequilíbrio químico, uma queda na produção de algumas substâncias, que são responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar, e esta é a razão pela qual ela está se sentindo assim! E isso não é frescura, e como qualquer outra doença, não dá para se esquecer, deixar de lado!

    No próximo texto/vídeo, falarei um pouco mais sobre como ajudar pessoas com depressão! Vou aprofundar um pouco nesta ideia de pensamentos negativos, que é o que trabalhamos na terapia cognitivo comportamental!

    Dúvidas, sugestões, comentários são muito bem-vindos! Esta interação/feedback é muito importante para mim!

    Espero que tenham gostado, que tenha ajudado e que tenham se sentido, de alguma forma, acolhidos!


Link do vídeo: 5 coisas que não devemos dizer para alguém com depressão

Link do texto 1 sobre depressão: Entendendo de uma vez por todas, o que é a depressão

Link do texto 2 sobre depressão: Você pode sair dessa!

www.facebook.com/batepapocompensamentos


Obrigada,

Júlia Balieiro Benedini - Psicóloga
(CRP: 08/14965)



"O pensamento é o ensaio da ação (Sigmund Freud)"

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Se ele conseguiu, você também consegue: Como se livrar da depressão!



    Olá queridos!! Como estão se sentindo hoje?


     Alguns dias atrás, contei a história do Bruno (http://batepapocompensamentos.blogspot.com.br/2016/06/entendendo-de-uma-vez-por-todas-o-que-e_48.html), estão lembrados? Através dela, falei um pouco dos sintomas da depressão, e hoje, vou falar sobre como o psicólogo pode ajudar.

      Um dos sintomas que tentei dar bastante destaque, foi o de que a depressão é uma doença, e se a depressão é uma doença, o melhor é que se busque ajuda com profissionais da área da saúde. Aliás, é a primeira coisa que recomendo! Podemos buscar um médico de confiança, um psiquiatra, um psicólogo; mas SEMPRE um profissional da área da saúde! Eu, como sou psicóloga, falarei como é o tratamento na área da psicologia, área que conheço e domino.

      No tipo de terapia que eu trabalho, a cognitivo-comportamental, ensinamos que nossos pensamentos influenciam diretamente em nossos sentimentos e também em nossos comportamentos. Se voltarmos na nossa história, podemos ver alguns pensamentos que causavam no Bruno vários sentimentos ruins, vamos lembrar?
1)      Logo no início, o Bruno pensava não ter motivos para estar triste, pois tinha tudo; e por isso sentia culpa e raiva de si mesmo;
2)      Bruno pensava que seu esforço não valia a pena, este pensamento lhe gerava tristeza, desmotivação;
3)      Quando tudo começou a dar errado (por sua falta de motivação – algo que não enxergava), Bruno passou a acreditar que algo estava conspirando contra ele, e sentia medo, ansiedade, tristeza;
4)      Por último, um pensamento “oculto”, mas de extrema importância: Bruno pensava que pessoas sociáveis e engraçadas não eram tão bem-sucedidas quanto as inteligentes – então, ele precisava ser inteligente para ser bem-sucedido.

A terapia cognitivo-comportamental ajudaria o Bruno a lidar com esses pensamentos buscando evidências para cada um deles; está claro que o Bruno estava tão “afundado” em sentimentos e pensamentos negativos, que não conseguia ver certas evidências de que sua mente estava “lhe pregando peças e alterando alguns de seus pensamentos”. Vejamos, por exemplo, no 2º pensamento, quando Bruno não consegue notar que seu esforço valeu a pena – Bruno foi o 1º da sala por algum tempo e sua motivação e empenho lhe garantiram uma vaga em uma multinacional; porém, seu foco, seu objetivo era ser considerado inteligente, prodígio; pois "lá no fundo", ele acreditava que pessoas inteligentes eram mais bem-sucedidas que as sociáveis e engraçadas.

Através de técnicas específicas, a terapia cognitivo-comportamental ajuda as pessoas a enxergar as crenças  que estão gerando todos estes sentimentos negativos; não é somente dizer à pessoa que ela precisa “pensar positivo ou ver o lado bom das coisas”, é ensiná-la a refletir em cima de pensamentos, de forma racional, lógica, simples e prática, e acreditem, isso alivia e MUITO os sentimentos negativos! Por exemplo: através da técnica de pesquisa de evidências, Bruno procurou por traços de personalidade das pessoas mais bem-sucedidas da atualidade, e em todas encontrou dedicação, esforço, honestidade, perseverança, entre outras, mas, em nenhuma delas encontrou a inteligência, ou um QI acima da média, e sim a vontade de aprender coisas novas; e isso ele tinha de sobra! Essa e outras técnicas foram ajudando Bruno a se levantar e a ver outras evidências em muitos de seus pensamentos.

       Outra coisa que foi recomendada ao Bruno, foi que voltasse a praticar atividades físicas assim que possível (no caso dele, a academia). No primeiro texto, comentei que na depressão há uma queda de algumas substâncias, certo? Hoje, já existem estudos que comprovam que na atividade física há um aumento dessas mesmas substancias, ajudando a pessoa a regularizar os níveis das mesmas mais rápido, isso não é fantástico?! 
        E você, psiu! Você mesmo (mesma) que está falando ou pensando: ah!
Mas eu odeeeeio academia, não suporto!! Atividade física não é só academia! Existem várias opções, como fazer uma caminhada, corrida, dançar, jogar bola, lutas, enfim, existe uma infinidade de atividades que se pode fazer (algumas até em casa), que ajudam, não só no combate e melhora da depressão (e ansiedade também, mas isso é assunto de outro post), mas também irão melhorar sua autoestima! É de se pensar, né?
(Importante lembrar que atividades físicas e a psicoterapia se complementam! Atividades físicas não substituem a psicoterapia).

       Então é isso pessoal! Esta é a contribuição que nós, psicólogos podemos dar para as pessoas que sofrem de depressão! Para finalizar, deixo alguns pedidos: O primeiro deles é direcionado a você, que está lendo este texto e que se identificou com os sintomas do Bruno; não sinta medo de buscar ajuda, este é o primeiro grande passo para sair dessa! O segundo é para você, que conhece alguém que se sente assim; cuide com as palavras, esteja perto (mas não grudado, dar espaço é importante), e recomende que a pessoa busque ajuda. E o terceiro é para você que já está em tratamento, e é também muito importante! Não se de alta da psicoterapia, se você já se sente bem, converse com o seu psicólogo sobre isto e decidam juntos, mas não se de alta; a psicoterapia é um processo e a alta fora do tempo pode por todo o tratamento “por água abaixo”, e digo o mesmo para quem toma remédio; ouço muitas pessoas falarem que já estão se sentindo bem e que pararam de tomar o remédio “por conta”; não façam isso! Remédio é coisa séria, consulte seu médico antes de tomar qualquer decisão, não consulte o “google ou páginas e grupos do facebook” antes de parar ou aumentar a dose; pessoas são diferentes, organismos diferentes, e, por isso, tomam remédios e doses diferentes, ok? Saúde é coisa séria moçada!!!

Espero que gostem e, principalmente, que ajude e se sintam de alguma forma acolhidos!!! Estou à disposição para qualquer dúvida!


Beijos e abraços,


Júlia Balieiro Benedini - Psicóloga
CRP:08/14965




“O pensamento é o ensaio da ação (Sigmund Freud)”

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Entendendo de uma vez por todas o que é a depressão.


Olá, tudo bem? Não sei a que horas você está lendo este texto, então, bom dia, boa tarde ou boa noite!

Para começar o nosso texto de hoje, vou contar uma historinha, inventada, para que fique mais fácil de entender o tema, que é bem atual: a depressão! É importante lembrar que o personagem não foi inspirado em nenhum amigo, parente ou paciente, então, qualquer semelhança é mera coincidência, ok?


“Bruno andava triste, e já não era de hoje. A vizinhança toda estava comentando o que estava havendo, visto que Bruno era um menino alegre e que vivia brincando com todo mundo. Bruno tinha 25 anos, trabalhava, cursava mecânica; morava com os pais em uma casa boa, bonita, tinha um irmão mais velho e uma irmã caçula e estava juntando dinheiro para comprar seu próprio apartamento, era um menino esforçado! Bruno, todos os dias, se perguntava o porquê de toda essa tristeza  e  se culpava: “pare com isso! Você não tem motivos para estar triste! Tem gente passando frio e você tem cama, casa e roupas quentinhas, e está aí, triste? Ahhh, vá catar coquinho Bruno! ” E este pensamento fazia Bruno se sentir ainda pior, ingrato, triste e com grande sentimento e culpa.  Estava se arrastando há algumas semanas, tanto para ir ao trabalho, como para ir ao curso, que, no início do ano, era sua maior paixão! Quando iniciou o curso, Bruno era o primeiro a chegar em sala de aula e o último a sair; devido ao seu interesse nos conteúdos e nas matérias, notas altas em provas e trabalhos, conseguiu um ótimo estágio em uma grande multinacional da cidade; nessa época, Bruno também frequentava a academia do bairro, e as mudanças físicas em seu corpo elevaram sua autoestima e autoconfiança, fazendo com que Bruno alavancasse ainda mais em diversas áreas de sua vida. Mas tudo isso, aos poucos, foi mudando.
Quando criança, Bruno teve uma infância normal e saudável. Bruno era o filho do meio, e seu irmão mais velho era considerado o inteligente da casa, Bruno era o sociável, o engraçado, o simpático e a caçula, uma menina, a princesa. Bruno queria ser o inteligente, queria tirar as notas tão altas quanto as do irmão, mas, por mais que se esforçasse, continuava sendo o sociável. Quando entrou para o curso, Bruno entrou determinado a ser o 1º da sala, e por um tempo conseguiu e estava muito satisfeito e feliz; entrou para a multinacional, ajudava os pais em casa, mas não era o suficiente, Bruno continuava sendo “aquele menino sociável, engraçado e simpático”, e o irmão, o inteligente, o garoto prodígio. Bruno sentia que seu esforço não valia a pena, que por mais que fizesse por merecer, não seria recompensado, e começou a ficar triste, começou a sentir que nunca seria o menino inteligente. Perdeu o prazer em ir para o curso, em trabalhar, estava sempre cansado, com sono, parou a academia e com o tempo, já nem tinha mais vontade de se arrumar, “Me arrumar pra que? Ninguém vai me notar mesmo! ” Bruno estava perdido em milhares de pensamentos e sentimentos negativos, seu passatempo favorito era ficar no quarto, assistindo algo na televisão ou no computador, e seu desempenho no trabalho começou a cair. Bruno achava que havia algo conspirando contra ele, e sentia muita raiva…”

                Para que não fique cansativo e entediante, hoje, apresentarei, através da história do Bruno, os sintomas da depressão, e no próximo texto, explicarei como o psicólogo pode ajudá-lo.

                Hoje em dia fala-se muito em depressão, mas eu, como psicóloga, vejo que muita gente confunde a depressão com o "ficar muito triste"; ficar triste é comum , mesmo que muuuito triste, e é saudável! Imagine um mundo só com pessoas alegres o tempo todo?! Eu, particularmente, ficaria muito brava com pessoas alegres quando eu acordo (risos)!

                Bruno sentia culpa por estar triste, algumas vezes, raiva, e não tinha ideia de que estava entrando em depressão; Não conhecia seus sinais e sintomas e, como boa parte da população, nem imaginava que a depressão é uma doença. Hoje, já está comprovado que existem alterações químicas no organismo do indivíduo com depressão, e isso tudo contribui com a sua situação atual. Resumidamente, o que posso dizer, é que na depressão, há uma queda de algumas substâncias, chamadas serotonina, noradrenalina, dopamina e outras, que são responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar.

Como mencionei na história, Bruno andava triste há algum tempo. Um dos fatores que diferencia a depressão da tristeza é há quanto tempo a pessoa vem se sentindo assim. Como disse, é natural e saudável ficar triste por um ou dois dias, principalmente quando há uma razão para tal; quando este período de tristeza se estende por semanas ou meses é interessante prestar atenção com bastante cuidado nos outros sintomas que vou falar abaixo e sempre (sempre) buscar ajuda de um profissional da área (psicólogo ou psiquiatra).
             
          Bruno amava seu curso, seu trabalho, a academia, mas com o tempo deixou de sentir prazer nas atividades que sempre gostou. A perda de interesse por atividades que, antes eram interessantes e satisfatórias é outro sintoma clássico da depressão; especialmente quando envolve o abandono dos mesmos; Bruno acabou abandonando a academia, teve uma queda no rendimento no trabalho e no curso, etc.
       
         A depressão está também “rodeada” de pensamentos negativos. No caso de Bruno, vemos “meu esforço não vale a pena, sou só simpático e sociável (anulação do lado positivo), ninguém me nota, tem algo conspirando contra mim” entre outros; pensamentos como este geram raiva, insegurança, medo, tristeza e etc.
             
         Para terminar, um dos passatempos preferidos de Bruno passou a ser ficar em seu quarto, assistindo algo na televisão ou no computador, estava sempre cansado, com sono; a falta de motivação, falta de vontade, procrastinação (deixar para depois, adiar as coisas), também são sintomas de depressão, bem como preferir ficar sozinho no quarto a ficar na companhia de outras pessoas (quando antes se preferia o contrário).
      
        O que vimos hoje aqui foi a história do Bruno e através dela, pude falar um pouquinho da depressão, uma doença que não escolhe idade, gênero, raça ou classe social e que, segundo a organização mundial de saúde, atinge cerca de 7% da população mundial e é uma doenças mais incapacitantes para o trabalho e outras atividades (fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/12/1563458-depressao-ja-e-a-doenca-mais-incapacitante-afirma-a-oms.shtml).
      
          O melhor e tudo isso é saber que é um quadro reversível, e no próximo texto, vamos ver como o Bruno saiu dessa!
              
           Para quem tiver interesse, tenho também uma fanpage no facebook: https://www.facebook.com/batepapocompensamentos , um perfil no instagram:www.instagram.com/batepapocompensamentos e agora um perfil no periscope psc_Juliabb  

             
   Espero que gostem, fiquem com Deus e até a próxima


Muito obrigada,

                                          Júlia B. Benedini - Psicóloga 
(CRP: 08/14965)




"O pensamento é o ensaio da ação (Sigmund Freud)"