Olá pessoal, tudo certinho?
Depois de muitos pedidos e
muito estudo, vamos falar sobre ela: a ansiedade!
Assim como eu fiz nos textos
sobre a depressão, criei um personagem, e é através dele que será o nosso bate
papo da vez.
“Jéssica estava cansada! Insônia,
insônia e mais insônia! Sabe aquela tirinha do facebook, onde um cérebro
conversa com a pessoa dizendo que ela tem coisas para fazer? Ahh, aquele era o cérebro
da Jéssica, sem dúvidas!
Mãe de família “em tempo
integral”, Jéssica também trabalhava no setor de máquinas de uma fábrica. Era
uma funcionária muito dedicada, mas desde que as “crises de insônia” começaram,
seu desempenho no trabalho caiu e nos últimos meses, com a falta de atenção,
acabou sofrendo pequenos acidentes de trabalho.
A todo momento, Jéssica sentia
que algo de ruim ia acontecer, que ia se machucar ou que seria demitida, pois
em sua cabeça, estava o tempo todo “dando bola fora”.
Todas essas ideias negativas
geravam um desgaste físico imenso, e Jéssica chegava em casa cansada, com dores
no corpo todo, e ainda tinha que cuidar dos filhos e auxiliá-los nos deveres de
casa. Na maioria das vezes, acabava não tendo paciência para nada, brigava com
as crianças e depois, sentia um enorme peso na consciência. Tinha também que
fazer o jantar, para então, deitar na cama e fingir que estava dormindo, pois
não queria, mais uma vez, falar não para as “investidas” do marido, e estava
muito, muito cansada para ceder.
À noite, muitas vezes, Jéssica
costumava sentir coração disparar, e isso a deixava desesperada! Quando isso
acontecia, ela tremia, suava e pensava: se algo acontecer, quem cuidará das
crianças? E da casa? Será que tenho algum problema sério? Era angustiante,
simplesmente angustiante e ela não sabia mais o que fazer, e sabia que seria
uma longa noite! Jéssica estava no limite! ”
Aí você me pergunta: a
ansiedade então é normal? Como? A
ansiedade é normal e pode inclusive nos trazer benefícios, por exemplo, quando
nos impulsiona a estudar ou trabalhar mais para conseguir aquela promoção ou
vaga na faculdade/cargo público, ou ainda quando nos ensina a lidar com nossas
finanças e começamos a guardar dinheiro pois ansiamos aquela viagem, carro ou
casa própria.
Porém, “tudo que é demais, faz mal”, e essa frase também vale para a ansiedade.
Como vimos na nossa estória, a ansiedade já estava interferindo de forma significativa e negativa para a Jéssica.
No trabalho, o seu desempenho caiu, sofreu
alguns acidentes, e por chegar em casa muito cansada e estressada, ela não conseguia dar a atenção que gostaria para os
filhos e o marido. Sua qualidade de vida também mudou, visto que tinha muitas crises de insônia e consequentemente,
vivia irritada, nervosa.
A tensão
muscular é um dos sintomas da ansiedade. Por não conseguir relaxar e
“esquecer” essas preocupações, Jéssica ficava o tempo todo atenta (e tensa),
“seguindo” os passos do chefe e esperando a bronca ou demissão.
Com toda essa tensão, dá
para ter uma ideia de como a Jéssica chegava em casa, não é? Cansada, esgotada, mas ainda tinha
algumas coisas para fazer.
Na cabeça de
Jéssica, as tarefas da casa tinham que ser feitas por ela, pois o marido
trabalhava por mais tempo fora e crianças eram crianças. Sem paciência, ainda
ajudava os filhos, mas queria que eles terminassem os deverem no ritmo de um
adulto, para que ela pudesse descansar, e acabava se irritando com as
brincadeiras. A irritabilidade ou nervosismo também é um sintoma bem
presente na ansiedade, pois, em muitos casos, a pessoa não descansa, tem a falsa sensação de ter o cérebro em alerta
o tempo todo.
Durante a noite, ao sentir
seu coração disparando, Jéssica ficava insegura e com medo, por pensar que
havia algo de errado com ela, e isso gerava também os tremores e a sudorese. Essas
ideias deixavam Jéssica em estado de alerta, causando a insônia e abrindo
espaço para outras ideias e pensamentos ligados ao trabalho, casa, filhos e
marido. Era sempre nesse momento que Jéssica lembrava que tinha roupas para
lavar e passar, faxina por fazer, se perguntava se tinha olhado a agenda das
crianças e examinava periodicamente o celular, contando quantas horas iria
dormir e pensando como seria difícil ficar acordada tendo dormido tão pouco.
As preocupações excessivas, medos,
taquicardia (coração batendo
acelerado), sudorese (suor), tremores, insônia, e o constante
estado de alerta são outros sintomas de quando a ansiedade está nos
fazendo mal.
É importante enfatizar que
os sintomas da ansiedade costumam variar de pessoa para pessoa. O fator determinante
é sempre verificar se a ansiedade está atrapalhando e interferindo no seu
cotidiano, dia a dia, te impedindo de fazer coisas que você antes fazia
tranquilamente ou ainda te afetando de forma significativa.
Neste texto, procurei
citar alguns os sintomas mais comuns e que eu mais vi/vejo em minha experiência
com como psicóloga.
Fiquem à vontade para
comentar, perguntar ou ainda me chamar inbox na fanpage facebook caso queiram
conversar sobre os sintomas de vocês, terei o maior prazer em ajudá-los!
No nosso próximo texto, vamos conversar sobre como podemos lidar com a ansiedade, e mostrarei como é possível reverter essa situação, que a princípio, parece sem saída!
Espero que tenham gostado, que tenha ajudado, e que tenham se sentido de alguma forma, acolhidos!
Júlia Balieiro Benedini - Psicóloga
CRP: 08/14965
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"O pensamento é o ensaio da ação ( Sigmund Freud)"
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